LATIN
Laboratório para Tratamento da Informação
Entrevista:
Professor Dr. Nivio Ziviani
No ano de 1995 era criado, pelo professor Nivio Ziviani, o Laboratório para Tratamento da Informação (LATIN). Nos últimos 20 anos, as pesquisas desenvolvidas no laboratório vêm contribuindo para o melhoramento das técnicas de busca e de tratamento de informações, especialmente no âmbito da internet. O Laboratório já soma cerca de 10 teses e 50 dissertações defendidas, além de dezenas de alunos de graduação que participaram de iniciação científica. As pesquisas já realizadas foram desenvolvidas em três principais frentes: metabuscas, técnicas de busca e inteligência artificial.
Ainda na década de 1990, mais precisamente no ano de 1996, quando a internet possuía apenas alguns anos de atividades, o laboratório trabalhou com o desenvolvimento das metabuscas. As pesquisas culminaram na criação da Família Miner de Agentes para a Web (nascida a partir da dissertação de mestrado de Victor Fernando Ribeiro, defendida em 1998). Os buscadores ajudavam na pesquisa por livros, músicas, hardwares, softwares, notícias, entre tantas outras possibilidades. A partir dessa iniciativa foi fundada a Miner Technology Group, empresa vendida posteriormente para o Grupo Folha/UOL em junho de 1999.
Ainda no final da década de 1990 os pesquisadores do LATIN se dedicaram de forma mais específica à elaboração de um sistema de buscas completo, prezando pela eficiência nas buscas apresentadas ao usuário. Os resultados eram rapidamente elencados e apresentados por ordem de relevância. As pesquisas deram origem à máquina de buscas na internet chamada TodoBR, uma tecnologia pertencente à empresa Akwan Information Technologies. Neste mesmo período estava sendo desenvolvido, nos Estados Unidos, outro mecanismo de busca, muito semelhante àquele desenvolvido pelo LATIN: o Google. O grupo Google Inc. adquiriu a Akwan Information Technologies e suas tecnologias em julho de 2005, permitindo a expansão da Google na América Latina.
Atualmente as pesquisas desenvolvidas estão voltadas para a área da Inteligência Artificial. Os pesquisadores estão envolvidos na busca por tratamentos de texto em linguagem natural mais eficientes, o que é possível por meio do desenvolvimento de algorítimos inspirados no cérebro humano. Os avanços nesta área vêm sendo percebidos muito rapidamente.
O Laboratório para Tratamento da Informação tem ainda, entre os seus preceitos, a transferência dos conhecimentos adquiridos e produzidos para a sociedade, o que é feito por meio de atividades de empreendedorismo. Os alunos são incentivados a experimentarem, a testarem os conceitos, a criarem protótipos produtos a partir dos resultados de pesquisa e, quando possível, criarem empresas no modelo de startups, gerando empregos e possibilitando a transferência de novas tecnologias.